Entretanto chega a Salazar a família do Comandante Carvalho: a esposa e a filha.
E é com esta família que todo o pessoal do Pelotão passa a contar também, já que o ambiente propiciou uma vivência tão fraternal que rapidamente minimizou a falta da família de cada um, naturalmente sentida por quem é forçado a deslocar-se para tão longe e nas condições em que o fazia.
Mas a D.Aurélia e a Paula - para nós a Paulinha – foram uma família fantástica.
Sendo muitas e variadas as experiências vividas pelos camaradas do PAD, este escrito bem poderia ficar enriquecido com as suas histórias.
Só que a pesquisa, os contactos que haveriam de ser feitos e o tempo necessário para as reconstituir fragilizam, de certo modo, essa possibilidade.
Contudo, noutra parte deste escrito, hão-de ser lembradas algumas peripécias dos companheiros, socorrendo-me do arquivo da memória.
Mesmo fugindo ao rigor cronológico, importa referir desde já o acontecimento que marcou indelevelmente todo o pessoal:- a morte do camarada José Manuel Tavares Durães, vítima de acidente.
Aconteceu nas proximidades do Dondo, quando capotou uma viatura do PAD, que se dirigia a Luanda.
Das três pessoas transportadas, o Durães teve a infelicidade de ser pisado pela armação da capota, sofrendo morte quase imediata.
É uma experiência para a qual ninguém estava preparado – eu não estava – tanto mais que as diligências que tiveram de ser feitas, para ser levado o corpo para a casa mortuária, autópsia, auto de selagem e trasladação, foram por mim acompanhadas quase em permanência e, confesso não ser capaz de esquecer, o quanto elas me marcaram na altura.
Depois ainda a emoção do último adeus ao Durães, por parte dos companheiros, em Salazar, antes de o féretro ser enviado para a então Metrópole.
Mas a vida continuou e as marcas desse acontecimento foram sendo esbatidas, face a uma normalidade que nos proporcionou vivências mais agradáveis.
Até pela forma de ser do nosso Comandante Carvalho, passámos a chamá-lo de Chefe, embora muito pouco de harmonia com as normas militares.
E uma circunstância muito forte contribuía para assim ser – o facto de lidarmos com alguém que nos tratava como seres humanos e não como simples números de uma estrutura, como era a militar.
Aliás, um aviso também foi feito pelo Chefe Carvalho em dado momento, ainda no início da comissão: a de estarmos sujeitos a levar um tabefe, em vez de um castigo que tivesse de ser registado no nosso cadastro.
Naturalmente que nunca o fez, mas também esta postura queria significar o paternalismo que lhe era próprio, castigando da forma como o faz qualquer pai, com intuito pedagógico.
Mas, outros exemplos existiram, em que ficou demonstrada a protecção que o pessoal do PAD tinha da sua parte.
Um deles foi vivido por mim, quando por informação de alguém foi dito a um sargento do BCAÇ13, em serviço na porta de armas, de que eu não era portador da carta de condução militar.
A passagem foi-me então barrada, quando conduzia um jipe do PAD.
Informado o Chefe Carvalho, a sua primeira reacção foi a de se insurgir contra o militar que assim procedia, dado que era ele, Comandante do PAD 1245, que me autorizava a conduzir aquela viatura, mas de imediato surgiu a sentença: teria de me abrir muitas vezes a cancela para passar, já que eu iria circular repetidamente abaixo e acima, enquanto ele estivesse de serviço na porta de armas, mas com o seu veículo particular.
E assim aconteceu, até me fartar.
E é com esta família que todo o pessoal do Pelotão passa a contar também, já que o ambiente propiciou uma vivência tão fraternal que rapidamente minimizou a falta da família de cada um, naturalmente sentida por quem é forçado a deslocar-se para tão longe e nas condições em que o fazia.
Mas a D.Aurélia e a Paula - para nós a Paulinha – foram uma família fantástica.
Sendo muitas e variadas as experiências vividas pelos camaradas do PAD, este escrito bem poderia ficar enriquecido com as suas histórias.
Só que a pesquisa, os contactos que haveriam de ser feitos e o tempo necessário para as reconstituir fragilizam, de certo modo, essa possibilidade.
Contudo, noutra parte deste escrito, hão-de ser lembradas algumas peripécias dos companheiros, socorrendo-me do arquivo da memória.
Mesmo fugindo ao rigor cronológico, importa referir desde já o acontecimento que marcou indelevelmente todo o pessoal:- a morte do camarada José Manuel Tavares Durães, vítima de acidente.
Aconteceu nas proximidades do Dondo, quando capotou uma viatura do PAD, que se dirigia a Luanda.
Das três pessoas transportadas, o Durães teve a infelicidade de ser pisado pela armação da capota, sofrendo morte quase imediata.
É uma experiência para a qual ninguém estava preparado – eu não estava – tanto mais que as diligências que tiveram de ser feitas, para ser levado o corpo para a casa mortuária, autópsia, auto de selagem e trasladação, foram por mim acompanhadas quase em permanência e, confesso não ser capaz de esquecer, o quanto elas me marcaram na altura.
Depois ainda a emoção do último adeus ao Durães, por parte dos companheiros, em Salazar, antes de o féretro ser enviado para a então Metrópole.
Mas a vida continuou e as marcas desse acontecimento foram sendo esbatidas, face a uma normalidade que nos proporcionou vivências mais agradáveis.
Até pela forma de ser do nosso Comandante Carvalho, passámos a chamá-lo de Chefe, embora muito pouco de harmonia com as normas militares.
E uma circunstância muito forte contribuía para assim ser – o facto de lidarmos com alguém que nos tratava como seres humanos e não como simples números de uma estrutura, como era a militar.
Aliás, um aviso também foi feito pelo Chefe Carvalho em dado momento, ainda no início da comissão: a de estarmos sujeitos a levar um tabefe, em vez de um castigo que tivesse de ser registado no nosso cadastro.
Naturalmente que nunca o fez, mas também esta postura queria significar o paternalismo que lhe era próprio, castigando da forma como o faz qualquer pai, com intuito pedagógico.
Mas, outros exemplos existiram, em que ficou demonstrada a protecção que o pessoal do PAD tinha da sua parte.
Um deles foi vivido por mim, quando por informação de alguém foi dito a um sargento do BCAÇ13, em serviço na porta de armas, de que eu não era portador da carta de condução militar.
A passagem foi-me então barrada, quando conduzia um jipe do PAD.
Informado o Chefe Carvalho, a sua primeira reacção foi a de se insurgir contra o militar que assim procedia, dado que era ele, Comandante do PAD 1245, que me autorizava a conduzir aquela viatura, mas de imediato surgiu a sentença: teria de me abrir muitas vezes a cancela para passar, já que eu iria circular repetidamente abaixo e acima, enquanto ele estivesse de serviço na porta de armas, mas com o seu veículo particular.
E assim aconteceu, até me fartar.
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