domingo, 22 de março de 2009

A conquista da cidade de Salazar

À chegada, como é natural nestas circunstâncias, foram os militares que estávamos a render que nos proporcionaram os primeiros contactos, tanto com quem nos havia de tratar da roupa e tarefas afins, como ainda com os locais onde se comiam os melhores petiscos ou bebiam as melhores imperiais.
A partir daí cada qual tomava conta de si próprio para conquistar a cidade, que o mesmo é dizer, as pessoas que iríamos conhecer ao longo de dois anos.
E as recordações que hoje perpassam na memória não podiam ser melhores, pelo menos na perspectiva pessoal que é a minha.
Claro que existe um período de tempo em que os contactos são muito superficiais, até porque as pessoas da cidade, habituadas como estavam às sucessivas rendições de militares, avaliavam sempre o tipo de pessoa que eventualmente poderia ser admitida no seu círculo de amizades.
Merecendo ser aceite, depois era muito simples a integração.
Embora pequena relativamente a outras cidades da então Metrópole, Salazar era para Angola uma cidade de dimensões muito consideráveis e muito interessante.
Dotada de todas as estruturas próprias de uma capital de distrito, a existência de Liceu, Escola Industrial e Comercial, Missão Católica ministrando ensino e internato, equipamentos desportivos e de lazer, cinema, piscina, para além de comércio muito variado, tinha para nós, jovens militares, um interesse redobrado, pois onde há muitos jovens também maiores são as possibilidades de se estabelecerem relações de amizade.
E foi o que aconteceu pouco tempo depois de nos instalarmos.

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