sexta-feira, 13 de março de 2009

O inaudito Gafanhoto

Era o meu braço-direito, por sugestão do Chefe Carvalho, embora me parecesse mais um braço-canhoto, face à falta de jeito que tenho para trabalhar com o esquerdo.
Importa dizer desde já que o Gafanhoto era de todo desprovido de maldade e por isso não se justificar a forma como os companheiros lidavam com ele, tornando-o vítima das mais variadas partidas.
Mas a situação por si criada, a quando do abastecimento do isqueiro, dá a exacta medida do Gafanhoto.
Aconteceu quando se dirigiu à secção do Zé Monteiro e do Mucaba, para abastecer o seu isqueiro com gasolina de um dos bidões que armazenavam aquele combustível.
Após retirar o combustível, atestar o isqueiro e com o depósito ainda aberto, decide experimentar o funcionamento do mesmo.
De facto o isqueiro funcionou perfeitamente, provocando um incêndio de grandes dimensões que, para além dos prejuízos, quase transformou o Gafanhoto em torresmo.
Fez-me lembrar a situação de humor sobre a frase que se dizia constar de uma lápide – “Aqui jaz Paulo Paulico que, com um fósforo, aceso foi ver se o depósito da gasolina estava cheio. E estava.”
Mas de entre as partidas que lhe pregaram, merece ser referida a do guindaste, em que o penduraram.
Foi no guindaste que servia para retirar os motores das viaturas.
Sendo atraído para junto do tripé em que o mesmo estava montado, alguém o distrai permitindo que outro coloque o gancho no cinto das suas calças, enquanto um terceiro acciona a alavanca de içar, deixando o Gafanhoto suspenso a esbracejar e a gritar que nem um possesso.
Quando se apanha com os pés no chão, desata a perseguir os que lhe pregaram a partida, vindo estes a refugiar-se numa casa de banho, contra a qual investiu o Gafanhoto dando pontapés na porta.
De tal ordem, que atraiu a atenção do Comandante do Batalhão, chegando este a ameaçá-los com um castigo, face aos prejuízos que poderiam estar a causar.

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